Aconteceu nos dias 6 e 7 de novembro de 2009 a 3ª edição do evento The Developers Conference realizado pela Global Code. Diferente do ano passado houve apenas uma trilha, porém maior enfoque em palestrantes internacionais.

Em sua palestra “Major Trends in Enterprise Software Development”, Rod Johnson, fundador da SpringSource, apresentou um pouco sobre a sua visão do futuro da linguagem e da plataforma Java e as novas tendências que o mercado de Tecnologia da Informação deverá seguir nos próximos anos. Gostaria de explorar um pouco os tópicos que foram abordados e registrar minhas impressões.

Bancos de Dados e a Computação em Nuvem

Foto por Florin Mogos

Foto por Florin Mogos

Segundo Rod, o mercado de tecnologia da informação está sofrendo grandes transformações em virtude da computação em nuvem (Cloud Computing) e do fato de o maior custo ter sido movido de hardware para pessoas.

A computação em nuvem não é somente uma modismo imposto por fornecedores de ferramentas como foi SOA

Em meio a essa realidade uma série de suposições tornou-se questionáveis como, por exemplo, a forma com que os dados são armazenados. A maioria esmagadora dos softwares construídos na atualidade utiliza bancos de dados relacionais, porém, sabe-se que estes não famosos por sua habilidade de escalar aplicações. Neste cenário, bancos de dados orientados a documentos ou Document Stores vêm ganhando mais e mais espaço. O Google Big Table, o Hadoop e o Couch DB são exemplos de soluções inovadoras que devem ser consideradas. As aplicações do futuro deverão ser capazes de lidar com novos tipos de bancos de dados.

Google, Amazon, Facebook e LinkedIn utilizam bancos de dados NÃO Relacionais.

A computação em nuvem oferece escalabilidade dinâmica, a cobrança é realizada de acordo o consumo que as aplicações demandam, e a plataforma que suporta a aplicação passa a ser vista com um serviço (PaaS – Plataform as a Service). “A cada dia faz menos sentido para a maior parte das organizações possuírem e manterem seus próprios DataCenters” afirmou Rod, “É como fábricas que já não fabricam sua própria energia elétrica”.

E o Java Está Morto?

Coffe por databhi

Coffe por databhi

É fato que com a popularização de linguagens dinâmicas como Ruby e Python e em virtude da produtividade de frameworks para desenvolvimento de softwares para a web como Rails e Django muitas pessoas já se perguntaram: ‘A final de contas será que Java está morrendo?’. Muitos também vêm se questionado sobre as intenções da Oracle (que recentemente comprou a Sun) em relação à plataforma.

Penso que quanto a isso, a resposta é muito simples:

As pessoas estão acordando e começando a utilizar as ferramentas certas para resolver os problemas que têm.

Como disse Fred Brooks: ‘Não existe bala de Prata!’, isso é, não uma única solução que resolva todos os problemas. Java ainda faz muito sentido resolver muitos problemas, Ruby faz muito sentido para resolver outros, Erlang para outros, Scala para outros…
Resumindo, Java não está morto, no entanto já não é uma linguagem inovadora, e outras linguagens estão ganhando seu merecido espaço, não se acomode, corrá atrás de entender as motivações por trás dessas novas tendências, e, sobretudo, os princípios por trás delas.

No DevInRio, o Guabanara gravou uma entrevista com Guilherme e Paulo Silveira da Caelum em que esse assunto foi tratado com autoridade. Ouça ao MP3 ou assista o vídeo no Vimeo do  Guilherme Chapiewski.

[vimeo 6616278]

Já em relação a Oracle, Rod, afirmou que a empresa depende de tecnologia Java para atingir o sucesso, não é novidade que muitas soluções da Oracle são altamente dependes da plataforma Java e é obvio que a empresa não vai arruinar com tudo sem mais nem menos.

Para Rod, Java provavelmente será a última linguagem genérica de adoção em massa e no futuro mais e mais linguagens para finalidades específicas ganharão espaço no mercado, e muitas dessas novas linguagens serão executadas na Java Virtual Machine (JVM). Soluções integradas como Rails, Grails e Spring Roo tendem a ganhar espaço em virtude da alta produtividade que proporcionam.

Parabéns a Global Code pela realização do Evento!