Conforme anunciado, em 1º de Novembro aconteceu no auditório da Faculdade Anhembi Morumbi o evento de lançamento do “InfoQ Brasil“. Farei uma breve descrição do evento e minhas impressões.

A abertura foi por conta do palestrante internacional Floyd Marinescu co-fundado do Portal The Server Side e fundador e editor chefe do InfoQ. Floyd falou um poucos sobre os objetivos do portal, como funciona e quais são os motivos da internacionalização do conteúdo que além do idioma inglês, também está disponível em japonês, chinês e agora em português. O conteúdo do portal está classificado em seis categorias: arquitetura, java, .net, ruby, SOA, e desenvolvimento ágil. Um dos maiores diferencias do portal é a possibilidade de personalizar o conteúdo através de filtros por categoria, e essa personalização vale inclusive para feeds.

Floyd enfatizou o foco em conteúdo rico, como vídeos com palestras e entrevistas, a propósito as palestras apresentadas no evento foram filmadas e devem ser publicas em breve. Um outro grande diferencial do portal são os livros gratuitos, e um dos mais conhecidos, é o “Scrum e XP direto das Trincheiras” que já foi traduzido para português. Para concluir Floyd atribuiu todo o sucesso e qualidade do portal aos editores, porque como sempre, “são as pessoas que fazem toda a diferença“, e não é por acaso que segundo a Technorati, o portal  InfoQ é um dos mais influentes em tecnologia de toda a internet.

Em seguida, “Alexandre Gomes” da Sea Tecnologia, em sua palestra “A Guerrilha SOA“, falou sobre o caminho que a arquitetura orientada à serviços vem tomando ao longo dos anos, segundo Alexandre, fazem oito anos que se ouve falar em SOA e webservices mas, até agora, “não vimos a coisa virar” e isso fez com que perdêssemos a empolgação, além disso existe uma grande divergência entre conceitos e definições, mas diante de toda essa bagunça há um consenso: “SOA é Sobre Serviços“.

Desde muito tempo que se vem tentado criar formas de fazer com que diferentes aplicações comuniquem-se, tecnologias e conceitos como RPC, Corba, RMI e WebServices são exemplos disso. A grande necessidade é evitar desenvolver sistemas que façam a mesma coisa, ao invés disso, podemos fazer com que eles se troquem informações, e essa, definitivamente, não é uma necessidade tão moderna, e SOA é uma “nova roupagem que a solução para esse problema ganhou.” O grande objetivo é aproveitar ao máximo o seu parque de ativos, ou seja aquilo que você já têm.

O Mercado Precisa de Febres

O Mercado Precisa de "Febres"

Segundo Alexandre, “o mercado precisa de febres e de alguma para gerar movimentação financeira” e ” graças ao investimento que grandes players fizeram em SOA, isso vai colar mas nem que seja na marra. O palestrante citou a estratégia “Stop the World” que mesmo árdua e demorada tem sido usada para implementação de SOA em algumas empresas, segundo ele, não é dessa forma que as coisas deveriam acontecer, mas sim, conforme a real necessidade da organização, e de forma incremental com constante feedback (qualquer semelhança com princípios ágeis é mera coincidência, rs), além disso, SOA tem que começar pela filosofia porque “o impacto causado pela forma de pensar é sempre maior que o da tecnologia por si só” e deve-se  tomar cuidado para não criar problemas que não existem somente para empurrar soluções, os problemas já devem estar lá, e  lembre-se que você não precisa necessariamente de ferramenta alguma fazer SOA.

Padrões

Padrões

O palestrante internacional Max Lanfranconi do Java Community Process (JCP), falou a história do desenvolvimento de padrões na humanidade, citando exemplos como hieróglifos, números, letras, medidas, partituras musicais, código de barras,  dentre uma infinidade de outras coisas, depois apresentou casos de projetos que falharam por faltas de padrões, tudo isso, para justificar a importância de se estabelecer padrões, que é justamente o que o JCP faz.

Max do JCP

Max do JCP

O JCP estabelece os padrões que guiam a evolução da plataforma Java. Max convidou todos a participarem do JCP, enfatizando que é totalmente gratuito para que indivíduos se tornem membros (para empresas existe um custo), existem várias formas de participar e diferentes papéis que podem ser assumidos, você pode fazer parte de um expert group e contribuir de forma ativa para uma especificação, ou pode simplesmente acompanhar os acontecimentos como um observer, pode também se tornar um líder de especificação, ou fazer parte do comitê executivo.

Na sequencia, Rafael Steil fez uma palestra sobre .NET, abordando características, recursos, história, objetivos e possibilidades. A Yara Senger da GlobalCode falou sobre as principais novidades da plataforma Java e o Akita falou sobre Ruby on Rails, apresentando a filosofia da comunidade, suas origens, o famoso mito Rails não escala, apresentou cases de sucesso e dicas para quem quer aprender mais sobre Rails. Victor Hugo Germano e Manoel Pimentel fizeram uma apresentação sobre Agile e Lean, e houve também um painel sobre tecnologias ágeis. No final Wanger Santos falou sobre Papel do Arquiteto de Software.

Painel de Plataformas Distribuidas

Painel de Plataformas Distribuídas

Gostei bastante do painel de “Plataformas Distribuídas” com participação de Giovanni Bassi, Fábio Akita, Alexandre Gomes, Henry Conceição e Vinícius Senger, discutiu-se tecnologias de integração, SOA e até Cloud Computing que segundo a opinião de muitos é mais um hype, e deve-se tomar cuidado para não pensar que isso é a bala de prata, porque bala de prata não existe.

Saiba os porquês

Saiba os porquês

Para fechar, creio que a grande mensagem que tirei do evento como um todo, foi  “Use as tecnologias quando (e se) realmente precisar, não use simplesmente porque está na moda, saiba o que é mais produtivo e resolve melhor o seu problema, leve tudo o que for relevante em consideração e cuidado para não optar simplesmente por opções mais fáceis que não te tirem da sua zona de conforto “. Usando as palavras do Alexandre Gomes, “nós desenvolvedores gostamos muito de estar na crista da onda“, mas cuidado, aplique as tecnologias certas no momento certo e na situação certa. Não use nada só porque alguém disse que é legal, estude, vá em busca, questione, saiba o verdadeiro porquê e enfim, pense, pense, pense!

A InfoQ Brasil precisa de pessoas para traduzir e produzir artigos, se você tiver vontade e estiver capacitado, converse com o pessoal da Fratech.

Parabéns a toda a equipe da Fratech e a todos os colaboradores pelo excelente trabalho que vem sendo realizado. Acho que este dia foi um grande marco para a comunidade de desenvolvimento de software brasileira, vida longa a InfoQBr!